O ex-procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, afastado do cargo por 60 dias, por decisão do Conselho Superior do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), pediu que os “cidadãos ativos fiquem de olho” em ações que têm como alvo crimes relacionados ao governo de Alagoas.
Entre as ações elencadas pelo promotor, destacam-se o escândalo financeiro no Detran, contratações sem concurso público, o caso da Infovia e as investigações que correm em segredo de Justiça sob lavagem de dinheiro.
Apesar das suspeitas levantadas em um post na sua rede social, o promotor não revelou quais seriam as irregularidades nas ações que envolvem integrantes do governo Renan Filho.
“Durante o meu afastamento, peço aos cidadãos ativos que fiquem de olho na transação tributária entre o Grupo Nivaldo Jatobá e o Estado de Alagoas, no qual R$ 15 milhões pagaram R$ 55 milhões”, diz trecho da publicação em tom de alerta. Segundo ele, o seu afastamento do Ministério Público “é uma retaliação em razão das ações que vêm ingressando e das investigações que tem feito e que envolvem setores do governo Renan Filho”.
Na publicação que pede a atenção da população, o promotor relata outros casos, a exemplo da ação civil pública que envolve o secretário de Educação, Luciano Barbosa, e processos pelo crime de lavagem de dinheiro. “Na ação do Luciano Barbosa, que trata dos autistas, do caso dos créditos suplementares, contratações sem concurso, o escândalo financeiro no Detran, além dos processos que correm em sigilo sobre lavagem de dinheiro. Sou apenas um Promotor de Justiça. Fiz o que pude”, expôs.
Sobre os vídeos que circularam nas redes, nos quais o promotor aparece fazendo acusações ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Fonseca esclareceu que fez baseado em estudos científicos. “Nas alegações, lançadas em um blog, foi dito pelos meus inimigos políticos que ataquei o Judiciário em vídeos e o sacrossanto PGJ. Eu disse em vídeos, baseados em estudos científicos, que o Poder Judiciário é, historicamente, ligado à aristocracia, palavras do ex-ministro do STF Victor Nunes”, finalizou.
Sobre o afastamento do cargo e as críticas ao MPE, a assessoria do Órgão disse que o corregedor-geral substituto atendeu ao Colégio de Procuradores, instaurando um inquérito administrativo contra o promotor de Justiça Coaracy Fonseca, devido a algumas condutas entendidas como inadequadas para um membro da instituição.
AFASTAMENTO
O ex-procurador geral de Justiça de Alagoas Coaracy Fonseca foi afastado por 60 dias, após decisão do Conselho Superior do Ministério Público. Segundo o Conselho, o afastamento visa apurar a conduta inadequada do promotor nas redes sociais.
Para a Gazetaweb, Fonseca afirmou que o afastamento é uma retaliação política. “O Ministério Público de Alagoas está hoje mergulhado na lama da pior política que já se viu na história da instituição”, reagiu o promotor ao falar sobre o seu afastamento.
Por Gazeta Web