“Abastecimento de água em Viçosa entra em colapso a qualquer momento”, avisa diretor do SAAE

Plantas aquáticas proliferam na pouca água da represa. (Arquivo). Com baixos níveis de chuva em Viçosa, sem investimentos em novas alternativas, com o volume de água no reservatório do Caçamba no limite mínimo há dez dias, com o uso irracional da água, inadimplência e um faturamento abaixo do valor mensal de despesas, o diretor do SAAE (Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto) de Viçosa, José de Alcântara Moura, o Mourinha, já não sabe mais o que fazer, e faz um apelo para a população e as autoridades de Viçosa. “O povo de Viçosa merece respeito, os últimos governos não investiram o que precisava investir, pouca coisa foi feita, e apenas em períodos críticos, nem uma manutenção séria foi realizada para evitar o que estamos passando e ainda vamos passar”, afirmou Mourinha. Segundo o diretor da autarquia, há quatro anos quando assumiu o SAAE, encontrou um débito de R$ 460 mil e teve que parcelar dividas para poder continuar funcionando. Ele lembra que ainda está pagando parcelas com a Eletrobras, pois o SAAE devia mais de R$ 320 mil a companhia energética. Somando-se a todos esses débitos, o diretor lembrou que a cidade aumentou a população, criou novas áreas habitacionais, como o Santa Ana, e não investiu em novas alternativas de oferta do produto. Apenas um poço artesiano serve hoje ao Santa Ana e já começa a dar sinais de que não vai agüentar o consumo da região. “O SAAE arrecada em torno de R$ 180 mil por mês com seus usuários, mas infelizmente esse valor não é o suficiente para as despesas da autarquia e ainda para que sejam feitos novos investimentos, como por exemplo, a limpeza completa da barragem do Caçamba, que está infestada de baquearia, baronesas e outras plantas aquáticas e elementos nocivos a qualidade da água que o SAAE está ofertando à população, e mesmo com o tratamento adequado e o uso de produtos químicos como o cloro, a água que está chegando nas torneiras é amarelada”, alertou Mourinha.

Prefeitura de Viçosa distribui água à população. Mourinha teme que nos próximos dias, caso nada seja feito, haverá um colapso no abastecimento de Viçosa, e o hospital, a UPA e as residências podem ficar sem abastecimento do liquido precioso.  Uma das medidas adotadas pode ser até mesmo a suspensão, em último caso. É preciso que a população ajude com o não desperdício e o uso consciente da água. “O problema maior disso tudo foi a falta de investimentos, eu assumo toda a responsabilidade que me couber, mas é preciso que todos se conscientizem da realidade”, disse Mourinha Em 2013 foi um ano de pouca chuva e naquele ano a prefeitura de Viçosa teve que recorrer a distribuição de água através de carros pipa (veja a matéria), o quadro de 2015 pode ser ainda pior que em 2013, as previsões são de um ano de calor intenso e pouca chuva. Por Redação