
Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 6, que tornou a vaquejada uma prática ilegal e, com isso, ganhou a simpatia de grande parte da população, vaqueiros alagoanos decidiram ir às ruas, ontem, para tentar mostrar que a atividade mudou, modernizou-se e não maltrata os animais. A mobilização já ganhou adesão de outros estados nordestinos que, como Alagoas, prometem ir à Brasília no dia 25. “No dia 25 estamos organizando para todos os estados irem à Brasília. A nossa intenção é levar quase dois mil cavalos e mostrar para o Brasil a importância da vaquejada”. A afirmação é do presidente da Associação dos Vaqueiros do Brasil (Avaq), Cícero Andrade. Ontem pela manhã, vaqueiros tomaram ruas dos bairros da Levada, Cambona e centro de Maceió para pedir apoio, que culminou com uma reunião no Palácio República dos Palmares. Em Inhapi também houve mobilização, com o fechamento de trecho da BR-423. Os ministros do STF consideraram ilegal a vaquejada após julgamento de uma lei sobre a prática no Ceará. “Quero parabenizar o governador (Renan Filho) por se posicionar a favor da vaquejada. O que foi mostrado no Supremo foi somente a parte ruim, a vaquejada do passado. Hoje, não tem maus-tratos aos animais, isso eu posso garantir. Convoco qualquer ativista dos diretos dos animais para mostrar”, disse Andrade. Vaqueiros de vários municípios iniciaram a concentração cedo em Maceió. Agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) abriram caminho e organizaram a passagem da marcha pelas ruas da capital. No palácio, um grupo foi ouvido pelo secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias, que representou o governador Renan – que cumpre agenda em Brasília –, deputados e secretários estaduais. Após decisão do STF, o governador Renan Filho (PMDB) publicou nas redes sociais uma defesa da atividade como patrimônio cultural do Nordeste. REGINA CARVALHO - REPÓRTER