15/10/2019 às 09h03Atualizada em 15/10/2019 às 12h03
Por: Redação - Vale Agora Web
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Ex-prefeito Flaubert Torres Desde que você se foi. Todos que conheciam você estão unidos diante dos olhos de Deus para celebrar sua Missa de Sétimo Dia., nesta Sexta feira dia 18 de outubro. A saudade segue crescendo e acho que seguirá assim para sempre. Às vezes, ainda sinto sua presença aqui. Espero que você possa descansar em paz e que esteja ao lado de Deus olhando por nós aqui embaixo. Que sua eternidade seja tranquila. Estou guardando um abraço apertado para quando nos reencontrarmos e até lá, guardarei nossas lembranças mais queridas no fundo do coração. Descanse em paz. Missa de sétimo dia do Flaubert Sexta feira dia 18 de outubro As 10:00 na Igreja de Santa Terezinha Rua Cap Samuel 180, farol, Maceió. As 18:00 na matriz do Senhor Jesus do Bomfim, Viçosa. ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ Quem fez? Por Severino Carvalho Pavão, homem simples, do povo, bradava aos quatro cantos da Viçosa em seu carro de som, movido à paixão humana, os grandes feitos do prefeito Flaubert Torres. “Quem fez o Mutirão? Flaubert! Quem fez o Estádio Senador Teotônio Vilela? Flaubert! Quem fez o calçamento da Rua dos Paus Brancos? Flaubert! Do Sabalangá? Flaubert! Da Rua do Pão? Flaubert! Do Banho e do Cochicho? Flaubert! A Ponte Nova? Flaubert! O Hospital Municipal? Flaubert...” E seguia Pavão – no estilo “Aqui e Agora” - perguntando e respondendo, elencando uma a uma a infinidade de pequenas e grandes obras do prefeito que, se não construiu uma cidade por inteiro, fez, ao menos, metade dela. Pedra por pedra de calçamento, Flaubert foi assentando Viçosa. Em seus quatro mandatos, executou obras de infraestrutura importantes, sem esquecer a zona rural, onde ergueu creches, escolas, abriu caminhos. Mas se engana quem pensa que nas veias do velho Flaubert corria unicamente cimento fresco. Cabeça e coração trabalhavam compassadamente arejados por uma visão social aguçada. À frente do seu tempo, encampou a luta pela reforma agrária numa época em que os movimentos sociais ainda não exerciam o protagonismo que exercem hoje. Surgia, em 1997, o Assentamento Dourada. Flaubert criou hortas comunitárias e defendeu como pôde os camponeses que ocupavam as terras da Fazenda São Luiz, onde funcionava o então Centro de Ciências Agrária (CECA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Flaubert revolucionou a maneira de construir casas populares. Criou o Mutirão Cidade de Deus. Uma nova Viçosa erguia-se do outro lado do Paraíba, com unidades habitacionais construídas pelos próprios cidadãos, em irmandade, e com materiais fornecidos pelo poder público. Palestras motivacionais e feijoadas moviam aquela gente que sonhava com a casa própria, num período de parcos recursos para este fim. E por falar em feijoada, coisa que Flaubert não tolerava era barriga vazia. Assim não se descuidava da segurança alimentar do seu povo. Religiosamente, às 5 horas da manhã, e na porta de casa, o mungunzá e o arroz doce quentinhos davam o bom dia a quem pouco tinha. As festas e os folguedos populares embalavam os viçosenses e visitantes até o raiar do dia na Avenida Firmino Maia. O palco maior era o Farinheiro, transformado em clube para o povo. Carnaval, Natal, Fim de Ano, São João, o 13 de Outubro... As datas maiúsculas não passavam em branco, de jeito nenhum. Se o cobertor era curto, priorizava o pagamento ao funcionalismo e aos fornecedores e fazia a festa de sua gente com o que dispunha. Mas fazia! Era “Trabalhando e Fazendo Festa”, como dizia uma de suas máximas. A outra: “Trabalhando para o Bem de Viçosa”. Flaubert não era unanimidade. E nem poderia ser. Certamente cometeu erros, como todo ser político, em sua essência humana. Mas Flaubert será lembrado sempre pelos seus incontáveis acertos que fizeram de Viçosa um lugar melhor de se viver. Tive a oportunidade de trabalhar com ele, assim como trabalhou meu avô, a quem Flaubert fez deferências logo em meu primeiro dia de trabalho, como assessor de imprensa da prefeitura de Viçosa, em seu derradeiro mandato como prefeito. Conheci, além do político, a figura humana, reta e generosa que foi Flaubert Torres. Foi uma época de muito aprendizado, sobretudo acerca da política. Quis o destino que a “Máquina” parasse em definitivo às vésperas do 13 de outubro e que o sepultamento ocorresse no dia do aniversário de sua querida Viçosa. Flaubert parte para outro plano, mas permanecerá vivo em cada pedra de calçamento fincada em solo viçoso, em cada pequena ou grande obra por ele pensada e assinada. É como disse minha mãe, ao saber da morte do gestor que ela tanto admirava: “Flaubert estará em bom lugar, porque aqui na terra cuidou dos mais pobres”.
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