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Clariza Santos e Thiago Gomes A filha do vice-governador de Alagoas, Lívia Barbosa de Almeida Margallo, e o genro dele, Pedro Silva Margallo, presos durante a operação
Florence Dama da Lâmpada, deflagrada na manhã desta quarta-feira (11), pela Polícia Federal (PF), Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF), são sócios de uma empresa chamada LP, que foi contratada pelo governo Renan Filho (MDB) para prestar serviços de Saúde. A PF descobriu troca de e-mails e transferências bancárias para a conta da empresa de Lívia, em nome do instituto alvo da investigação. Segundo o delegado Jorge Eduardo Ferreira de Oliveira, da PF, Lívia e o marido Pedro trocavam e-mails. Através dessas trocas de mensagens que foram interceptadas pela polícia, descobriu-se que o termo de referência para contratação sugere vantagem para facilitar a transação.
O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo Jatobá, explicou que o Instituto de Ortopedia de Alagoas (Iortal) foi criado especificamente para prestar serviços para o Hospital Geral do Estado (HGE) e o Hospital de Emergência do Agreste (HEA). A investigação, no entanto, apontou que, antes mesmo de o CNPJ ser validado, a entidade já estava recebendo por procedimentos feitos para estes hospitais. Também ficou constatado que os profissionais supostamente prestadores de serviço pela LP não tinham referência e, além disso, não foi comprovada a execução dos trabalhos por estes profissionais. O instituto foi criado em fevereiro de 2016 e estava atuando nos serviços de órteses. Vale ressaltar que ele atuava com a empresa Arafix.
Filha e genro de vice-governador foram presos em operação da PF FOTO: REPRODUÇÃO
Ainda segundo informações da PF, a empresa foi contratada pelo Estado sem qualquer processo licitatório, sem contrato expresso, e o responsável pela contratação era o próprio diretor de Ortopedia do HGE, médico Gustavo Vasconcelos Nascimento, que está no exterior com a esposa, identificada como Cristiane. Existem mandados em aberto contra ele, de prisão preventiva, e contra ela, de temporária. Tanto o instituto como a Arafix eram liderados por pessoas próximas e até familiares de Gustavo. Chamou a atenção da investigação que os procedimentos oferecidos pelo instituto e pela empresa tinham cobrança do mesmo valor e com o mesmo número de pessoas. É como se as mesmas pessoas sofressem os mesmos acidentes todos os meses, conforme afirma o procurador.
Além disso, segundo Marcelo, o Iortal não registrava - no cadastro nacional de estabelecimentos de saúde - nenhum médico responsável pelos procedimentos de ortopedia nestes hospitais, a não ser Gustavo Vasconcelos. Alguns beneficiários dos supostos procedimentos não foram localizados na base de dados da Saúde. O MPF acredita que houve manipulação de nomes fictícios para que os desvios fossem concretizados. Foi constatado, ainda, que vários servidores destes hospitais recebiam propina com base do dinheiro que era repassado pelo Iortal.
A filha do vice-governador de Alagoas, Lívia Barbosa, e o genro dele, Pedro Silva, foram presos, dur
Ascom PF/Clariza Santos/Wellington Soare