Superar a dependência química é um desafio difícil de ser enfrentado sozinho. Felizmente, o Estado de Alagoas conta com profissionais que trabalham dia após dia auxiliando pessoas que buscam superar o vício em álcool e outras substâncias, atuando como verdadeiros anjos da guarda na vida daqueles que desejam escrever uma nova história livre das drogas.
O psicólogo Michell Lins e a assistente social Eduarda Carolini fazem parte das equipes itinerantes da Rede Acolhe, o programa para tratamento de dependentes químicos do Governo de Alagoas, que é coordenado pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev). Atuando em duplas, eles realizam visitas domiciliares e buscas ativas em todo o estado, apresentando aos dependentes químicos a possibilidade de tratamento.
“Nós vamos até o lugar onde a pessoa estiver, seja em sua residência, em algum espaço público ou qualquer outro local. Conversamos com o dependente químico e seus familiares para ajudá-lo, primeiramente, a entender a sua condição de dependência e encorajá-lo a ingressar no tratamento em uma das comunidades terapêuticas acolhedoras. São pessoas de todas as idades e que muitas vezes já estão debilitadas por causa do vício e precisam desse cuidado”, explica Michell Lins.
No primeiro contato é feita a chamada anamnese, quando é confeccionado o histórico do dependente químico para a criação de estratégias de tratamento. Com uma escuta sensível e atendimento humanizado, as equipes procuram acolher o dependente químico da melhor maneira possível. Quando a pessoa se adequa ao tratamento oferecido, ela é direcionada para uma das 33 comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo do Estado, onde será acompanhada por psicólogos, assistentes sociais e técnicos que irão ajudá-la no tratamento.
“Ainda há aquele preconceito de que o dependente químico está na adicção por que quer, o que não é verdade. Toda dependência química, seja em álcool ou em outras drogas, esconde uma problemática subjetiva, seja ela a vulnerabilidade social, conflitos familiares ou alguma fragilidade emocional. Por isso, o tratamento é tão importante, pois o dependente químico será auxiliado por profissionais competentes durante todo o seu processo de recuperação”, ressalta o psicólogo.
Eduarda Carolini conta que este é um trabalho de muita entrega ao próximo e relembra um caso que sensibilizou toda a equipe.
“Certa vez atendemos um senhor que não conseguia sequer levantar da cama, o que nos deixou bastante comovidos. Ele estava inchado e cheio de escaras e escamas na pele, típico do uso abusivo de álcool. Por causa da sua condição clínica, solicitamos a internação para que, após o restabelecimento da sua saúde, ele pudesse iniciar o tratamento contra a dependência que o levou àquela situação”, relata.
A assistente social conta que as demandas chegam principalmente por meio do 0800 da Rede Acolhe, pelo WhatsApp ou ainda de pessoas que procuram diretamente os Centros de Acolhimento e solicitam uma visita das equipes itinerantes. Ela destaca que milhares de pessoas utilizam o serviço todos os anos e com a ajuda da Rede Acolhe conseguem superar a condição de dependência e construir uma vida com mais saúde e dignidade.
“Como assistente social, eu vejo que a Rede Acolhe desenvolve um papel muito importante no resgate da dignidade dessas pessoas, uma vez que o dependente químico, na maioria das vezes, se encontra em grande vulnerabilidade social, seja em situação de rua, seja sob ameaça ou conflito. Acredito que não exista nenhum outro serviço que contemple de igual modo a situação do dependente químico em sua integralidade”, afirmou Eduarda Carolini.
Os interessados em receber uma visita das equipes itinerantes da Rede Acolhe podem entrar em contato por meio do número 0800.280.9390. A ligação é gratuita e pode ser feita por aparelho celular.
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