Arthur Lira reagiu ao modelo de concessão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) realizado pelo governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). "Não se pode pensar apenas no valor a ser arrecadado com a outorga", ressaltou, numa referência aos R$ 2 bilhões arrecadados pelo governo no leilão da Casal.
"A Prefeitura de Arapiraca tem estudos bastante avançados para oferecer em parceria com as demais um bloco D a leilão, em que sejam priorizados valores mais justos nas contas de água e faixas amplas de tarifas sociais, em vez de só pensar no valor a ser arrecadado de outorga", disse Arthur Lira.
"Juntos, esses municípios contam com quase um milhão de habitantes, aproximadamente um terço da população de Alagoas. Será o segundo maior bloco de concessão de água do Estado, perdendo apenas para o bloco A, da Região Metropolitana de Maceió", ressaltou.
Prefeitos e representantes de 30 municípios alagoanos participam de debate sobre concessão de saneamento em Arapiraca - Foto: CortesiaBloqueio
Na quarta-feira (3), o Supremo Tribunal Federal (STF), bloqueou 50% dos R$ 2 bilhões pagos pela BRK Ambiental ao governo de Alagoas, referentes à outorga dos serviços de água e esgoto da região metropolitana de Maceió.
O bloqueio, determinado pelo ministro Edson Fachin, é resultado de ação movida pelo partido do prefeito de Maceió, JHC (PSB) no SFT, em julho do ano passado. Em sua petição, o PSB argumentava que como a outorga autoriza prestação de serviço em 13 municípios de Alagoas, os recursos teriam que ser destinados às cidades e não apenas ao governo do estado.
Para garantir o repasse dos recursos aos municípios, o PSB pedia ao STF que a BRK depositasse o valor da outorga em conta judicial, e não para o governo do Estado, enquanto a ação fosse julgada. Como os valores já havia sido repassados, o ministro Edson Fachin optou pelo bloqueio da metade dos recursos.
A ação do PSB alega que os “atos regulamentares derivados da inconstitucional Lei Complementar Estadual nº 50/2019, que reestruturou o Sistema Gestor Metropolitano de modo a concentrar o poder decisório nas mãos do Estado de Alagoas, acabaram por aniquilar a autonomia dos Municípios integrantes da RMM [Região Metropolitana de Maceió],obrigando-os a abdicar do recebimento de elevados valores que deveriam ser repassados aos cofres municipais”.
A BRK Ambiental começou a operar na Região Metropolitana de Maceió no dia primeiro de julho deste ano, depois de vencer o leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) realizado em setembro de 2020, na bolsa de valores B3, em São Paulo. Com um lance de R$ 2,009 bilhões, a empresa privada passou a ser responsável pelo fornecimento de água e coleta de esgoto na região metropolitana de Maceió pelos próximos 35 anos.
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